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domingo, 31 de maio de 2015

Traficantes exigem comprovante de residência em favela no Rio de Janeiro

Eles são obrigados até a andar com comprovante de 

residência para não terem carro roubado na região.














Eles são obrigados até a andar com comprovante de 

residência para não terem carro roubado na região

O Dia
O toque de recolher, barricadas e a convivência diária com bandidos
armados de
fuzil já não são o que mais assusta moradores do Chapadão. Atualmente,
moradores
seguem regras mais rígidas estabelecidas pelo tráfico de drogas.
 Aterrorizados pela
 intensificação da guerra pelo controle das bocas de fumo e roubos de
cargas e veículos
 na região mais violenta do Rio, os mais de 220 mil moradores do
Chapadão têm suas
 rotinas alteradas a cada dia. Uma das normas mais recentes é a obrigação
de andar com comprovantes de residência para terem livre trânsito de carro.
Quem não tem pode ter o
veículo roubado.
O complexo abrange 24 favelas de Pavuna, Ricardo de Albuquerque, Irajá,
Costa Barros,
 Barros Filho, Anchieta e Guadalupe. Depoimentos de quem vive em meio
ao fogo cruzado demonstram como os bandidos, boa parte fugida de áreas
pacificadas, prejudicam o
 cotidiano das famílias.






 Ônibus incendiados em abril, em Costa Barros, aterrorizaram moradores do complexo
Carlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia
Ônibus incendiados em abril, em Costa Barros, aterrorizaram moradores
 do complexo

As ‘blitzes’ do tráfico (que exige comprovações de residência) são feitas em
 vias de grande movimento, como as estradas da Pavuna, do Camboatá, de
Botafogo, na Avenida Crisóstomo Pimentel de Oliveira e Via Light, além das
ruas Alcobaça, Coronel Moreira César, Fernando
 Lobo, Iguaba Grande e Mogiqui.
“Quem não tem uma conta de luz, de água, ou carnê de loja em mãos corre o
 risco de ter o
 carro roubado. Quem tem é aliviado. É o cúmulo”, desabafa o mecânico W.,
45 anos, da
Pavuna. Nas redes sociais, como nas páginas ‘Pavuna da Depressão’ e
‘Guadalupe News’,
há comentários indignados. “Agora é bandido que pede documentos?”,
indagou um internauta
 dia 25.






Confrontos são diários no Complexo do Chapadão
Severino Silva / Agência O Dia
Confrontos são diários no Complexo do Chapadão





















O medo obriga motoristas de outras regiões a tomar atitudes inusitadas.
“Para visitar parentes próximos ao Morro da Pedreira, em Costa Barros,
deixo o carro em estacionamentos de
shoppings perto e vou de ônibus”, revela o estoquista G., 45 anos. Dentro
dos ônibus, porém,
a tensão impera. “Basta qualquer conflito ou morte de gente do tráfico,
 e as gangues mandam
 fechar o comércio, pichar, depredar e botar fogo nos ônibus”, se queixa
 o contador J., 39.
Agindo livremente, os ladrões passaram a usar condomínios, como o
Village Pavuna, no
 Morro do Chapadão, para esconder carros roubados e vender drogas.
 “Agem em motos,
de fuzis nas costas. Viramos reféns do crime em nossas casas. Já não
podemos mais ficar no
 portão”, desabafa um morador. “Nas favelas Final Feliz, Torres e Gogó
 da Ema, em Guadalupe,
há barricadas por toda parte. Nem ambulância passa”, denuncia um
comerciante.
O Complexo do Chapadão é reduto das maiores quadrilhas rivais do
estado. De um lado,
 homens da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ligados a
Celso Pinheiro Pimenta,
o Playboy, o mais procurado do estado. Eles controlam, armados com
 mais de 100 fuzis,
os morros da Pedreira e Lagartixa. Do outro, com o mesmo poder
bélico ou até maior,
soldados dos principais líderes do ‘quartel-general’ do Comando
Vermelho (CV): Ricardo
Chaves de Castro Lima, o Fu, e Cláudio José de Souza Fontarigo,
o Claudinho da Mineira,
 foragidos da Justiça.
Os confrontos sangrentos e mortais são diários. Como no último dia 25,
quando, às 13h,
traficantes dos dois grupos trocaram tiros na Estrada de Botafogo, na
disputa por uma
 carreta de refrigerantes, que teria sido roubada a mando de Playboy na
Avenida Brasil.
O conflito deixou três mortos e quatro feridos. A UPA da localidade
chegou a fechar as
 portas.
“Médicos de diversas especialidades têm medo de trabalhar aqui”,
lamenta a comerciária
X., 45 anos. A situação é a mesma das escolas públicas. “Minha filha
 perdeu muitas aulas
devido a tiroteios”, comenta a auxiliar de serviços K., 32.
Em nota, a Polícia Civil informou que 22 pessoas relacionadas ao
 tráfico na região foram
presas em flagrante este ano e que há vários inquéritos em andamento
na 39ª DP (Pavuna),
31ª DP (Ricardo de Albuquerque) e na Delegacia de Combate às Drogas
 (DCOD). O 41º
BPM (Irajá) garantiu que o policiamento está reforçado no complexo,
com apoio de outros
 batalhões, incluindo o Bope. Os governos municipal e estadual alegam
que a violência
 causa “problemas pontuais” nas áreas de Saúde e Educação.






Traficantes destroem ônibus, prejudicando boa parte dos 220 mil moradores do Complexo do Chapadão
DivulgaçãoTraficantes destroem ônibus, prejudicando boa parte dos 220 mil 
moradores do Complexo do Chapadão
Portal: IG .

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