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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Antes da Copa, Romário já denunciava as empreiteiras do Petrolão ligadas a estádios

O hoje senador Romário (PSB-RJ), no ano retrasado, antes da Copa portanto, denunciou à radio Deutsche Welle que as empreiteiras ora fulminadas no Petrolão eram as responsáveis pelo esquema de corrupção que ele já apontava desaguando em José Maria Marin.
Diz algo, não? Romário fez gol de placa, e espírita!
Este blog reproduz a entrevista do vidente Romário:
“Romário, desde que assumiu seu mandato se tornou um dos mais ferrenhos críticos da organização da Copa do Mundo no Brasil e, principalmente, do presidente da CBF, José Maria Marin, acusado de envolvimento em esquemas de corrupção e também de colaboração com a ditadura militar. Há poucos meses, chegou a fazer um apelo em mídias sociais pela prisão de Marin, afirmando que a CBF estaria “nas mãos de uma quadrilha”. 
Em entrevista à DW Brasil, Romário afirmou não entender como Marin ainda permanece no cargo, apesar das acusações e da falta de apoio do governo. Autor de declarações polêmicas desde os tempos em que jogava, Romário agora tenta instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito a fim de investigar contratos suspeitos mediados pela CBF. “O Brasil, que se prepara para receber o Mundial, estaria dando ao mundo um exemplo de austeridade”, defende. 
Para ele, o Brasil não é o favorito ao título da Copa das Confederações, mesmo jogando em casa - na sua opinião, a Alemanha tem grandes chances de vencer o torneio. 
A seguir, a íntegra de sua entrevista à Deutsche Welle:
DW: O senhor se tornou um dos principais críticos da realização da Copa no Brasil, chegando a dizer que será um grande “mico”. O país não tem condições de realizar um evento deste porte?
Romário: Condição tem, mas não se preparou adequadamente. Prova disso são os inúmeros atrasos na entrega das arenas para os jogos, talvez algumas nem fiquem prontas e outras serão entregues com muita coisa para finalizar. Outro mico é o cancelamento de obras de mobilidade urbana, único legado real que ficaria para a população. Sediar uma Copa é uma oportunidade rara – a última no Brasil ocorreu há mais de 60 anos – de estimular a economia, alavancar o turismo, melhorar a formação das pessoas, expandir e aperfeiçoar a infraestrutura. Já perdemos inúmeras dessas oportunidades.
DW: Um dos patrocinadores da Copa do Mundo (Coca-Cola) tem como slogan “A Copa de todo mundo”. Todos os brasileiros poderão realmente participar do Mundial? 
Romário: Claro que não. Sabemos que o torcedor fanático, aquele que realmente ama o futebol, não terá condições de pagar os altos preços dos ingressos da Copa. As classes C, D e E ficaram excluídas.
DW: O senhor já declarou que as obras da Copa serão “o maior roubo da história do país”. O que deveria ter sido feito para evitar isso? 
Romário: Planejamento e cumprimento de prazos. A partir do momento em que as obras atrasam, você precisa de uma série de medidas para compensar os atrasos, como mais turnos de trabalho, troca de materiais etc. Além disso, as obras podem entrar no regime de obras emergenciais, quando são feitas sem licitação. Aí o céu é o limite. Quem ganha com isso são os políticos corruptos e as empreiteiras, construtoras. 
DW: Qual será o legado desta Copa para o Brasil? 
Romário:  Diante deste cenário, sem obras de mobilidade e superfaturamento nos estádios, só nos resta o capital humano. O legado seria a qualificação dos nossos trabalhadores. Acho que os empresários têm este importante papel no momento. Mais do que isso, eles devem isso ao Brasil, já que serão os principais beneficiados com geração de receita, especialmente o setor de serviços. 
DW: Desde o fim do ano passado, o senhor defende a instalação da CPI da CBF no Congresso. Por que até hoje ela não foi instalada? O que ela precisa esclarecer? 
Romário: Contratos suspeitos que indicam enriquecimento ilícito. Não podemos admitir que uma entidade que representa o Brasil mundo afora não seja exemplo de idoneidade. Não entendo qual o receio, há argumentos de sobra para a imediata instalação da CPI. O momento é oportuníssimo. O Brasil, que se prepara para receber o Mundial de futebol, estaria dando ao mundo um exemplo de austeridade na fiscalização das instituições que prejudicam a imagem do nosso futebol. Nosso Parlamento seria exaltado e valorizado no conceito internacional por estar zelando por suas instituições de maior representatividade popular.
DW: Uma de suas bandeiras é a moralização da CBF, começando pela saída do atual presidente, José Maria Marin. Por que, apesar das denúncias e até mesmo da falta de apoio do governo, ele ainda permanece no cargo? Quem poderia substituí-lo? 
Romário: Também gostaria de saber por que o Marin continua no cargo. Não apoio nenhum, mas acredito que o Raí, o Mauricio Assumpção (Botafogo), o Zico e o Andrés Sanches sejam melhores do que o presidente atual. 
DW: Em entrevista à DW Brasil, o ministro Aldo Rebelo defendeu que o governo deveria ter um papel regulador maior no futebol, já que a seleção representa o país. O senhor concorda? Por quê? 
Romário: Concordo. Porque o futebol brasileiro é um patrimônio do Brasil. 
DW: Na sua opinião, quem vence a Copa no ano que vem? O Brasil tem condições de acertar o time e vencer na final? 
Romário: Hoje o Brasil não é o favorito. Acho que a Alemanha tem grandes chances. 
DW: O que o senhor achou da convocação do Felipão para a Copa das Confederações? 
Romário: Passo.
DW: Passado pouco mais da metade de seu primeiro mandato como deputado federal, que balanço o senhor faz até aqui? Quais foram e continuam sendo os principais desafios? 
Romário: Entrei na política para melhorar a vida das pessoas com deficiência e ainda há muito por fazer. Hoje enfrento também uma batalha pelo moralização do esporte nacional. Essas duas batalhas são grandes desafios. 
DW: Será candidato à reeleição no ano que vem? Ou já pensa em voar mais alto, para um cargo de senador – ou mesmo de prefeito ou governador? 
Romário: Atualmente penso em terminar bem este mandato. Há grandes chances de me candidatar novamente ao mesmo cargo.
Por  | Claudio Tognolli – qua, 27 de mai de 2015. Yahoo Notícias.

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