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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Na Contra Mão Da CPI da Petrobras Sérgio Moro homologou delação premiada com João Antônio Bernardi Filho.

Novo delator terá que devolver US$ 10 milhões.

SÃO PAULO — O juiz federal Sérgio Moro homologou, nesta segunda-feira, o acordo de delação premiada de João Antônio Bernardi Filho. Ele foi preso durante a 14ª fase da Operação Lava Jato acusado de intermediar o pagamento de propina para assegurar a contratação da empresa Saipem, pela Petrobras, para obra de instalação do gasoduto submarino.

Além do pagamento de propina, o MPF afirmou que Bernardi pagava vantagem indevida ao ex-diretor Renato Duque por meio de obras de artes. Pelo menos cinco obras apreendidas na casa de Duque tiveram nota fiscal emitida em nome de Bernardi. O novo delator terá que devolver U$ 10 milhões, mais o pagamento de uma multa de R$ 1 milhão. Ele teve confiscados imóveis e obras de arte para cobrir o valor.

Aos investigadores, Bernardi relatou que foi procurado pelo ex-diretor de da Petrobras em 2009. Duque disse que precisava de uma conta no exterior e pediu a Bernardi que organizasse a transação. O empresário procurou o escritório de advocacia de José Reginaldo Filpi que ajudou na criação da Hayley S.A.

Bernardi explicou como Duque operava a conta. Para disfarçar, Duque usava cartão de crédito em nome de uma mulher para disfarçar compras no exterior. O cartão estava no nome de Christina Maria, advogada do escritório que ajudou a abrir uma offshore.
"(Duque) Não utilizou muito tal cartão porque estava em nome de uma mulher, o que causava certo desconforto quando utilizava, sobretudo se requerida a apresentação de documento", disse Bernardi em delação.

O empresário também operacionalizou o pagamento de propinas para o grupo argentino Technit, através da sua subsidiária brasileira Confab. O valor foi de US$ 9,4 milhões.
Em cinco anos de operação, Duque comprou com o dinheiro da propina recebido através da Harley cinco lojas comerciais na Barra da Tijuca por US$ 2 milhões e um apartamento em São Paulo, na Zona Sul, por US$ 708 mil. Os imóveis foram alugados e, com o dinheiro recebido dos alugueis, Duque conseguiu comprar duas outras salas na Barra, duas no Centro do Rio e três apartamentos - dois na Barra e um em São Paulo.

OBRAS DE ARTE

Em 2012, Duque resolveu diversificar os negócios. Ele orientou Bernardi a investir em artes “pelo progresso do mercado no Brasil”. Através da Harley, ele comprou 14 quadros, entre eles obras de Di Cavalcanti, Adriana Varejão e Guinard. (Matéria: oglobo.globo.com.) 

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