SÃO PAULO, 13 ABR (ANSA) – Emissários do presidente Michel
Temer (PMDB) e de dois de seus antecessores, Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), estariam negociando um “pacto”
para garantir a sobrevivência política dos três partidos nas eleições de
2018.
A informação é do jornal “Folha de S. Paulo”, que diz que o
acordo começou a ser costurado em novembro do ano passado. Em
restaurantes sofisticados e apartamentos de autoridades, aliados de
Temer, Lula e FHC teriam discutido medidas para impedir que as três
legendas sejam “exterminadas”.
Ainda segundo a “Folha”, pessoas ligadas aos três líderes
avaliam que a Lava Jato quer eliminar a classe política e “abrir espaço
para um novo projeto de poder, capitaneado por aqueles que comandam a
investigação”.
Os principais emissários nessas conversas seriam o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e o
ex-integrante da corte Nelson Jobim. Este último, de acordo com o
jornal, já almoçou com Temer e FHC e marcou um encontro com Lula nos
próximos dias.
O peemedebista, o petista e o tucano foram citados nas
delações premiadas de executivos da Odebrecht e, com exceção de Temer,
que não pode ser investigado por fatos anteriores a seu mandato, serão
alvos de inquéritos por suspeita de recebimento de recursos ilegais.
Os três acreditam que eleições conturbadas no ano que vem
podem favorecer candidatos “aventureiros”. Segundo a “Folha”, o acordo
incluiria a manutenção de Temer no poder até o fim de 2018 e a
participação de Lula no pleito presidencial.
Além disso, os três partidos poderiam patrocinar a
aprovação da cláusula de barreira no Congresso e o fim das coligações
proporcionais – o que dificultaria a vida de legendas pequenas e
propensas a lançarem outsiders -, a anistia ao caixa dois, o relaxamento
das prisões preventivas e um novo modelo de financiamento eleitoral.
Lula, Temer e FHC já teriam se falado em fevereiro,
durante a internação da ex-primeira-dama Marisa Letícia, mas, de acordo
com a “Folha”, não há previsão para um novo encontro. (ANSA)
Matéria: istoe.com.br
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